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DEZ MAIORES GOLEADAS DO DERBY PAULISTA
São quase 100 anos de história de um dos maiores clássicos futebolísticos do mundo. A tradição do futebol brasileiro em campo com os dez maiores confrontos entre Corinthians e Palmeiras.
As 10 maiores goleadas do clássico mais famoso de São Paulo, o Derby Paulista.
Depois de mais de 300 confrontos, o mais famoso clássico futebolístico paulista se encaminha para o centenário. Desde 1917, Corinthians e Palmeiras se enfrentam em jogos memoráveis, que, com certeza, ficarão marcados para sempre na mente de torcedores, jogadores e jornalistas que estiveram envolvidos de alguma maneira nessa história de ricas lembranças. Uma trajetória de grandes resultados, de muitas goleadas.
A partida é conhecida no mundo do futebol como Derby Paulista, desde que o jornalista Thomaz Mazzoni assim o apelidou, em 1940, inspirado na corrida de cavalos puro-sangue Derby de Epsom, na Grã-Bretanha. Assim, o confronto de ‘puro-sangue’, criou tradição desde sua primeira partida. E no decorrer dessa história, houve resultados que marcaram pelas quantidades de gols e por seu impacto no cenário do futebol paulista.
A importância do clássico vai muito além das quatro linhas, o confronto mexe com a vida de quem por ele torce, por ele trabalha. Como disse o jornalista, comentarista esportivo do Fox Sports e colunista do UOL Esporte Mauro Beting, “a importância do clássico Palmeiras e Corinthians é fundamental. Por ser o clássico paulistano há mais tempo, digamos, no ar, desde maio de 1917, da cidade que mais campeões do mundo deu, se pensando em termos de seleção brasileira e da maior rivalidade da cidade e do estado com maior número de campeões mundiais”.
A rivalidade entre os dois clubes demorou a começar, visto que os dois times já existiam há alguns anos quando aconteceu a primeira partida entre eles. Em 1º de setembro de 1910, nascia o Sport Club Corinthians Paulista. Em 26 de agosto de 1914, nascia a Sociedade Esportiva Palmeiras. E, em 06 de maio de 1917, nascia essa rivalidade que criou raízes desde seu primeiro jogo. De lá pra cá, foram mais de 300 partidas, com um saldo de mais de 950 gols. Cerca de 500 gols do Palmeiras e mais de 400 gols do Corinthians.
Desde então, cada jogo tem sua característica singular e não pode ser subestimado. Elas são únicas e acontecem, apenas, dentro das quatro linhas. “Um jogo entre dois rivais desta envergadura é difícil prever o que vai ocorrer”, como garantiu João Ferreira, torcedor corinthiano que presenciou a vitória do Timão em 1982, numa goleada que surpreendeu ele pela fase que o time vinha tendo, dois anos sem ganhar do clube alviverde.
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Mas a surpresa está para o clássico como uma das características principais. Isso vem desde a primeira partida que trouxe, também, a primeira goleada do confronto. O Palmeiras, ainda nomeado de Palestra Itália fez três gols sobre o time corinthiano que estava invicto há 25 jogos. Era, com certeza, uma surpresa o resultado dessa partida. Ninguém poderia imaginar que esse jogo poderia resultar em uma vitória do time palestrino. Muito menos, numa rivalidade que, em 2017, completará 100 anos.
E seguindo pelas maiores goleadas que o clássico proporcionou, é inegável que o Palmeiras se destacou durante esses maiores confrontos. Exemplo disso foi a partida que resultou em uma goleada do Palestra por 4 a 0 sobre o Corinthians, em 1930. A equipe alviverde não brigava pela primeira colocação do campeonato, mas se impôs dentro de campo e fez com que o resultado fosse ruim para o Timão, que estava invicto na competição e em primeiro lugar.
O ano de 1933 se tornou palco para duas grandes goleadas, ambas vencidas pelo time palestrino. A primeira aconteceu em maio, e marcou o primeiro Derby Paulista em regime profissional da história. O placar de 5 a 1 no primeiro semestre preparava para a maior goleada da história desse clássico. Ela aconteceu em novembro do mesmo ano e teve show de Romeu Pelliciari. O placar de 8 a 0 para o Palmeiras ficou para a história e é uma das partidas que todo palmeirense gostaria de estar presente, como garantiu Mauro Beting.
Depois de um longo período, o Corinthians consegue um resultado expressivo de verdade sobre o seu maior rival. Após uma temporada em terras estrangeiras, o Timão consegue golear o Palmeiras por 5 a 1, em 1952. Seis anos depois e há 15 partidas sem ganhar do time alvinegro, chegou o momento do Palmeiras lavar a alma. Isso aconteceu no jogo de agosto de 1958, quando o time conquistou uma vitória de 4 a 0 sobre o Corinthians. Paulinho marcou três gols para o Verdão, que saiu do jejum contra o seu maior rival.
E em meio a um cenário de tensão, com uma grande manifestação corinthiana dentro de campo, o Corinthians entra na partida para golear o Palmeiras por 5 a 1, em 1982. O time era memorável, com Casagrande, Sócrates, Wladimir, que encabeçavam a Democracia Corinthiana. Wladimir, ex-jogador que mais jogou pelo Corinthians (806 jogos), relembra essa partida como uma das mais importantes de sua trajetória no Corinthians e relata que foi um dos primeiros clássicos feitos pelo Casagrande, que estava iniciando sua carreira, jogador que se destacou na partida com três gols. Para ele, “jogar contra a equipe do Palmeiras sempre foi muito difícil. (...) A gente podia ter um time superior ao do Palmeiras, mas nem sempre a gente ganhava do Palmeiras. Era impressionante.” Por isso, essa vitória ficou muito marcada para o jogador.
João Ferreira define o resultado como importante para o decorrer do campeonato. Sua visão de torcedor mostra que era impactante o resultado, como disse: “O resultado 5x1 foi o fator marcante, incomum entre os adversários. Naquela época, os campeonatos regionais eram de longe os mais importantes para os clubes, eram disputados praticamente o ano inteiro. E os mesmos se enfrentavam as vezes em apenas duas oportunidades, o que tornava o resultado desastroso para o perdedor.”
Anos depois, o Palmeiras devolve essa goleada. O resultado que estava entalado na garganta foi devolvido em 1986, em “um jogo de arbitragem ruim, que prejudicou o Corinthians, mas um show de bola do Palmeiras”, como conta Beting. O placar de 5 a 1, agora, para o Palmeiras.
Entre os 10 milhões de torcedores pelo alviverde, encontramos o palmeirense Luiz Panhozzi, que esteve na final do Campeonato Paulista de 1993, entre Corinthians e Palmeiras, e não perde nenhum jogo do Verdão. Partida essa que se destaca como uma das maiores goleadas do Derby Paulista também. Foram quatro gols palmeirenses. O time tinha sido totalmente reconstruído de uma fase ruim, sem títulos. Entra, então, a época Parmalat, uma fase de destaque para o clube, como conta Panhozzi, que viu também a primeira academia do Palmeiras jogar. “O Palmeiras teve um excelente time na década de 70 e era o único time que fazia confronto para o time do Pelé, que era o Santos. Mas depois da academia de 93, que foi a Parmalat, ah, o time Parmalat não teve igual”, afirma Luiz.
E a mais recente goleada também é palmeirense. A má fase do time alviverde não transmitia confiança aos torcedores, apenas os fanáticos acreditavam. Esse era o caso do jovem torcedor palmeirense Gustavo Rosati. Junto com amigos, participou de uma aposta arriscada, cerveja para todos os amigos que estavam no bar, mas que no final deu certo. O time do Palestra conseguiu uma vitória de 4 a 0, em maio de 2004. O jogo marcou também a primeira vitória palmeirense no campeonato Brasileiro daquele ano. Foi um jogo para lavar a alma do Palmeiras.
Com essas dez goleadas do clássico, são expostas a singularidade do Derby Paulista. Clássico que não tem favorito, não tem zebra. Cada partida é única, cada lance é imprevisível. O Palmeiras se destaca com grandes resultados durante esses quase 100 anos, mas isso não tira o mérito corinthiano de grandes e memoráveis partidas. Como disse Mauro Beting, “(...) o mundo passa muito por um Corinthians e Palmeiras. Seja no antigo estádio da Ponte Grande; no velho Palestra Itália, hoje Allianz Parque; do queridíssimo Pacaembu; no Morumbi; nos jogos que foram em Campo Grande; em Ribeirão Preto; em Presidente Prudente; enfim. Onde houver um Corinthians e Palmeiras e Palmeiras e Corinthians, haverá vida”.
Por Letícia Rizzo e Nicole Rodrigues
O primeiro de muitos
A história do primeiro jogo, que também foi a primeira goleada do clássico, inicia uma saga centenária.

06 de maio de 1917
Palestra 3 x 0 Corinthians
O começo de tudo. Corinthians em uma ótima fase. Eram 25 jogos sem perder. Mas o resultado dessa partida não foi o esperado pelo público. O time alvinegro estava imbatível há muitas partidas e o, então, Palestra Itália nunca tinha sido seu adversário.
Uma surpresa. Eis que o primeiro confronto se transforma em um marco histórico. Não só por ser uma goleada, mas por ser a primeira partida do clássico com maior rivalidade paulista, uma das maiores do país.
A partida do campeonato Paulista de 1917 aconteceu no Parque Antarctica. Isso, antes mesmo do estádio ser do Palmeiras. O local, apelidado de Palestra, foi criado na virada do século XIX para o XX, pela Companhia Antarctica Paulista. A ideia era fazer um espaço de lazer para seus funcionários. Mas o campo era locado para clubes de futebol e, em 1917, passou a ser o estádio que o Palmeiras mandava os jogos.

O primeiro tempo passou sem gols, porém havia em campo Caetano Izzo, ponta direita do clube palestrino. E, no segundo tempo, ele decidiu a partida.
Aos 18 minutos, Caetano faz seu primeiro gol contra o Corinthians. Mas tinha mais por vir. Aos 25 minutos, o ponta faz seu segundo e, aos 39 minutos, Caetano fecha a partida com o terceiro dele e do Palestra. O jogador marcou o primeiro jogo do clássico e se tornou o primeiro goleador desse confronto.
Por Letícia Rizzo
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24 de agosto de 1930
Palmeiras 4 x 0 Corinthians
Goleada palmeirense em um Corinthians invicto
Corinthians perde para o Palmeiras no Campeonato Paulista, mas segue em primeiro.
24 de agosto de 1930 foi o dia escolhido para o duelo entre Corinthians e Palmeiras no Campeonato Paulista. O campeonato já estava em sua segunda fase. O Palmeiras estava abaixo do sexto lugar. O Corinthians estava invicto. Havia vencido todos os jogos e segurava o primeiro lugar da tabela.
A vitória corinthiana era importante. Se ganhassem permaneciam em primeiro. Se perdessem, iriam depender do resultado entre Santos X E.C. Syrio, na Vila Belmiro.
O Palmeiras já estava acostumado a ganhar do rival. Até a data do jogo, haviam se enfrentado 21 vezes e o time do Palestra havia ganhado 10 vezes do Corinthians, com um saldo de 38 gols.
Para o dia 24 de agosto, o Palmeiras contava com um jogador novo. Romeu Pelliciari, meio de campo. Conhecido como “Príncipe” pela torcida palmeirense, Romeu se consagrou como um dos maiores artilheiros da história do clube.
Em 1930 a imprensa já reverenciava o clássico entre Corinthians e Palmeiras, e afirmava que eram os únicos times brasileiros que jogavam como os times internacionais.
Durante o início do primeiro tempo, o Corinthians parecia dominar o jogo e fez o goleiro palmeirense, Nascimento, trabalhar bastante. Mas, numa tentativa de defesa, o corinthiano Tuffy bateu com o rosto na trave, sofrendo uma grave contusão. Em seu lugar entrou Guimarães.
Após a saída de Tuffy, os palmeirenses se sentiram mais à vontade e passaram a dominar o campo. Aos 15 minutos do primeiro tempo Serafini faz um gol sobre o Corinthians. Fim do primeiro tempo no Parque Antarctica.
Na volta, logo aos 6 minutos, o “príncipe” Romeu Pelliciari, que estreava com a camisa verde, marca o segundo gol da partida. O primeiro de muitos de sua carreira. Romeu foi o jogador que mais goleou o Corinthians, ao lado de César Maluco, ambos com 14 gols contra o Timão. Entrou para a história, pois nunca o Palmeiras perdeu num jogo contra o Corinthians em que Romeu fez atuou.
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Aos 30 minutos, Ministrinho também deixa sua marca com o terceiro gol. Aos 44 minutos, Heitor fecha o jogo com chave de ouro. 4 a 0.
Com a vitória, o Palmeiras conquistou o 4º lugar na tabela do Campeonato. O Corinthians continuou na primeira posição. O Santos fez o favor de perder a partida contra o E.C. Syrio.
O dia 24 de agosto foi de vitória para o Palmeiras. O ano de 1930 foi de vitória para o Corinthians, que no final, ganhou o Campeonato Paulista.
Por Nicole Rodrigues

07 de maio de 1933
Palestra 5 x 1 Corinthians
Primeira partida em regime profissional
A expectativa era grande para saber quem ganharia a primeira disputa profissional do clássico.
As Federações de Futebol do Rio de Janeiro e São Paulo criaram o Torneio Rio-São Paulo, com a intenção de comemorar a implantação do profissionalismo no futebol brasileiro. Seria o time campeão o que fizesse mais pontos e o título foi para o Palestra Itália.
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No Parque São Jorge, dia 7 de maio de 1933, ocorreu o 36º jogo entre Corinthians e Palestra, pelo Torneiro Rio-São Paulo, que também valia para o Campeonato Paulista.
O clássico entre Corinthians e Palmeiras foi um jogo de grande expectativa por motivo de ser a primeira partida em regime profissional. Segundo o site de Fernando Razzo Galuppo, Romeu Pelliciari, foi o jogador do Palmeiras que teve o melhor desempenho de gols em sequência na história do Derby. Em oito clássicos seguidos, foram marcados 13 gols.
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O placar do jogo foi de 5 a 1 para o Palestra Itália, que estava há 5 jogos sem perder para o grande rival do Campeonato Paulista, aumentando, assim, para 6. No primeiro tempo, Romeu Pelliciari marcou para o Palestra aos 21 e 32 minutos de partida. Já no segundo tempo, Gabardo fez dois gols, um aos 7 minutos e outro aos 25. Carazzo também marcou, aos 23 minutos do segundo tempo. E, no final da partida, Rato fez o gol de honra do Corinthians, aos 38 minutos.
Por Raquel Machado
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05 de novembro de 1933
Palestra 8x0 Corinthians
A maior goleada do Derby Paulista
Palmeiras marca oito gols em cima do seu maior rival e faz goleada histórica.​
A maior goleada entre os dois rivais ocorreu no dia 5 de novembro de 1933. Os dois times disputavam o Campeonato Paulista e o jogo também valia pelo torneio Rio-São Paulo. Assim, ambas as competições foram conquistadas pelo Palestra, na semana seguinte, contra o ,então, São Paulo da Floresta, conhecido hoje como São Paulo FC.
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Naquela tarde, Palestra e Corinthians entraram em campo, no Parque Antarctica, movidos por uma rivalidade que teve início em 1917. Entraram com motivação, mas nenhum dos dois times imaginava que aquele jogo terminaria com um placar que jamais foi superado por alvinegros ou alviverdes até hoje.
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O Palestra acabou vencendo o Corinthians por 8 a 0. O placar que nunca mais foi atingido por nenhum dos times no clássico entre eles após esse. Com gols de Romeu Pellicciari (7, 30 e 40 minutos do 1º tempo; 7 minutos do 2º tempo), Gabardo (1 minuto do 1º tempo) e Imparato (9, 35 e 40 minutos do 2º tempo), foram 3 gols no primeiro tempo e 5 no segundo.
Por Camila Bueno

27 de agosto de 1952
Palmeiras 1x5 Corinthians
De volta ao Brasil em grande estilo
Depois de uma temporada no exterior, Corinthians volta ao Brasil goleando maior rival.
Quando realizou a goleada, o Timão tinha acabado de voltar de terras estrangeiras, por onde realizou, pela primeira vez, amistosos por parte da Europa. Sua excursão havia passado por países como Turquia, Dinamarca, Suécia e Finlândia, e na volta o alvinegro estava preparado para tomar posse definitiva da taça Cidade de São Paulo.
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O torneio da Taça era totalmente diferente das realizadas atualmente. Os times paulistas já estavam na disputa há 10 anos. O torneio estava ocorrendo desde 42 e o clube que conquistasse a taça cinco vezes seria campeão definitivo.
Naquela tarde de 27 de agosto de 1952, o Timão entra em quadra contra seu principal adversário que fez o primeiro gol aos 3 minutos do primeiro tempo, mas o alvinegro não se assusta e faz bonito. 5 gols, com 4 de Carbone (9, 21, 61 e 87 minutos) e 1 de Cláudio (37 minutos). Foi a maior goleada do Corinthians sobre o rival em toda a história dos clássicos.
E como se a perda para o Corinthians não fosse suficiente, o atacante corinthiano Luizinho fez a zombaria de “sentar na bola” durante o jogo apenas para irritar o meia do Palmeiras, o Luiz Villas. Muitos levam a história como lenda, mas, os torcedores do time alvinegro gostam de lembrar o divertido fato apenas para acirrar a rixa.
O timão que já tinha ganhado em 42, 43, 47 e em 48, finalmente, levou a taça quando venceu de virada naquele dia.
Por Deborah Mazza

21 de agosto de 1958
Palmeiras 4x0 Corinthians
A reviravolta esperada
Depois de quinze partidas sem ganhar do Corinthians, Palmeiras conquista goleada pra cima do rival.
Algum tempo se passou para que os rivais se enfrentassem novamente e houvesse uma esperada reviravolta. Há 15 partidas sem ganhar dos adversários alvinegros em partidas oficiais, o Verdão finalmente saiu da seca e limpou a alma no Paulista de 1958.
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Como de costume, a partida foi realizada no estádio do Pacaembu, em São Paulo, e levou os torcedores à euforia quando Paulinho, atacante do Palmeiras, marcou três gols (4, 63 e 90 minutos). E para deixar um deles ainda mais bonito e provocativo, foi de chapéu Hat-trick, como era chamado na época, e a torcida vai à loucura.
O outro Gol foi marcado aos 16 minutos do primeiro tempo, por Juninho Botelho, que não fez mais que um, mas também deixou sua marca naquele dia histórico de revanche para os alviverdes.
Por Deborah Mazza

1º de agosto de 1982
Palmeiras 1 x 5 Corinthians
A volta por cima
Depois de dois anos sem vencer do rival alviverde, o Corinthians consegue uma goleada contra o Palmeiras.
No dia 1º de agosto de 1982, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como o Estádio do Morumbi, ocorreu um dos grandes jogos do clássico entre Corinthians e Palmeiras, pelo Campeonato Paulista daquele ano.
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Havia dois anos que o Corinthians não ganhava uma partida do time adversário, foram 5 jogos sem vencer, três derrotas, e dois empates, mas dessa vez foi diferente, fez logo uma goleada de 5 a 1 no Palmeiras.
O atleta Casagrande se destacou na partida, fazendo três gols (37, 38 e 40 minutos do segundo tempo), em 4 minutos, dos 5 a 1 contra o time adversário. Segundo o Estadão, após o ocorrido o jogador tornou-se um dos principais jogadores de um dos melhores times da história do Corinthians. Casagrande se sobressaiu no segundo tempo quando o time adversário estava perdendo por 2 a 1, e jogava com um jogador a menos, porque o goleiro Gilmar foi expulso.
O jogo ainda teve gols de Biro-Biro, aos 34 minutos do primeiro tempo, e Sócrates, aos 23 do segundo tempo, pelo Corinthians. E pelo time palmeirense, Jorginho fez aos 5 minutos do segundo tempo.
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Para o Corinthians, o ano de 1982 marcou muitas histórias. Foi o ano da Democracia Corinthiana, um movimento liderado por Wladimir, Zé Maria, Casagrande, Sócrates e Zenon, na época da ditadura militar. Os jogadores podiam participar das decisões referentes ao time de futebol. O movimento também teve apoio de figuras ilustres como a Rita Lee, Juca Kfouri e Boni.
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Por Raquel Machado

O troco palmeirense
Palmeiras faz goleada em cima do Corinthians, devolvendo resultado de 1982.
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O famoso troco do Derby paulista aconteceu no dia 3 de agosto de 1986, o Corinthians havia goleado o alviverde em 1982 por 5 a 1 e o Palmeiras não ganhava do rival desde então. O time palestrino estava em uma fila de 10 anos sem ganhar campeonatos e também havia levado uma goleada do Santos e do São Paulo.
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No estádio do Morumbi, o Palmeiras entrou em campo com sede de vitória e marcou o primeiro com um minuto de jogo. Outro gol saiu aos 31 do primeiro tempo, gol de Edu Manga. No segundo tempo, o Palmeiras marca mais um (11 minutos do segundo tempo) e o zagueiro alvinegro coloca a mão na bola tentando marcar pênalti, porém o juiz dá o gol e expulsa o jogador do Corinthians.
Logo depois, o Palmeiras marca 4 a 0 com gol de Mirandinha (31 minutos do 2º tempo). Aos 44 minutos, com o estádio já sem corinthianos, o Palmeiras marca seu último gol. Logo depois, aos 45, o alvinegro Casagrande marca o gol de honra dos corinthianos, terminando, assim, com um placar que 5 a 1 e um troco bem dado pelos alviverdes.
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Por Camila Bueno
03 de agosto de 1986
Palmeiras 5x1 Corinthians

12 de junho de 1993
Palmeiras 4x0 Corinthians
O verde da esperança volta a brilhar na torcida palmeirense
Palmeiras ganha o Campeonato Paulista de 1993 e quebra jejum de 16 anos sem títulos.
No jogo de ida, um gol deu a vitória ao Corinthians. O gol de Viola gerou polêmica, pois, na comemoração o jogador imitou um porco. O fato passou despercebido no primeiro momento. Mas depois gerou mais ansiedade na torcida e no time palmeirense.
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A comemoração de Viola foi o estopim para os jogadores palmeirenses perceberem que precisavam ganhar o jogo final. Durante a semana prévia ao jogo, o técnico Vanderlei Luxemburgo usou o fato para trabalhar o psicológico dos jogadores. Deu certo. A pressão negativa da imprensa e dos corinthianos se tornou positiva no dia 12 de junho de 1993.
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Aos 36 minutos do primeiro tempo chega o primeiro gol da partida. E foi do Palmeiras. Foi do Zinho. O meio de campo, em uma dividida com Ronaldo, chuta com a perna direita e pronto. Foi o suficiente para levantar a torcida, para trazer de volta a alegria palmeirense depois de 16 anos.
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No segundo tempo, o Corinthians não conseguia manter o ritmo de jogo das últimas partidas. O Palmeiras se aproveitava da vantagem de já ter um gol. Em um contra-ataque do Palmeiras Edmundo vê uma chance e bate na trave. O esquema tático do Corinthians ficou perturbado. Os jogadores corinthianos já sentiam a derrota mais perto.
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Com o jogo agitado, Palmeiras tentando manter o placar e Corinthians tentando se reerguer, Evair surge na área e apenas chuta a bola. Um chute simples para um jogo decisivo. Dois a zero para o Palmeiras.
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Minutos depois, faltando pouco para acabar, Evair carrega a bola novamente, chuta e bate na trave. Não houve tempo para decepção. Edilson aproveita a chance e chuta a bola no gol novamente. Deu certo. Três a zero aos 38 minutos do segundo tempo.
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Final de jogo e Palmeiras ainda não podia se declarar campeão. Havia um empate, pois o Corinthians ganhou o primeiro jogo da decisão. Assim, a parte mais temida de um jogo de futebol estava por vir: a prorrogação. Esta, que teve pênalti, o que piorava o sofrimento da torcida Palmeirense.
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Num lance entre Edmundo e Ricardo, o Palmeiras se vê diante de um pênalti que pode trazer a vitória definitiva. O escolhido para marcar é Evair, conhecido como “o Matador”. O atacante era paciente, calmo e sabia observar os movimentos do goleiro. Enquanto ele estava paciente para bater o pênalti, os 100 mil torcedores presentes no Morumbi depositavam sua esperança nele. Uma esperança eterna de 16 anos sem títulos.
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Então, foi gol. De Evair. Do Palmeiras. Campeão Paulista de 1993.
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Por Nicole Rodrigues

02 de maio de 2004
Palmeiras 4 x 0 Corinthians
Uma vitória com gosto de alívio
Palmeiras consegue interromper uma sequência de vitórias do Corinthians e atinge sua almejada primeira vitória no Brasileirão de 2004.
A partida pelo Brasileirão de 2004 interrompeu, de um lado, uma sequência de três jogos sem vitórias palmeirense no derby paulista. Com esse resultado, o Palmeiras alcançou sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro daquele ano.
Do outro lado, o time corinthiano vinha de uma goleada. Uma derrota por 4x0 para o Grêmio (RS). Mesmo placar que viria acontecer depois dos 90 minutos de partida contra o Palmeiras.
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O começo do jogo, nos primeiros vinte minutos, foi equilibrado. Mesmo com os times tensos, as duas equipes conseguiam jogar.
Até que, nos 22 minutos do primeiro tempo, Rincón (Corinthians) desvia a bola para seu próprio gol. Assim, o Palmeiras faz seu primeiro na partida. E, com ele, muda o cenário do clássico. A partir daí, o alviverde dominou o jogo e encaminhou uma nova goleada no clube corinthiano.
Aos 26 minutos do primeiro tempo, Pedrinho ginga em direção ao gol e faz o dele na partida, pelo Palmeiras. O jogo, que mostrava um descontrole visível do Corinthians, fez sua pausa e voltou com o mesmo cenário. O time corinthiano não conseguiu reagir, se tornava inimigo dele mesmo. Assim, o time do Palestra seguia dominando.
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Muñoz, aos 52 minutos de partida, faz mais um contra o Corinthians, já caracterizando a goleada. Mas Vágner Love não poderia ficar sem marcar o dele. O jogador que se destacava em clássicos vestindo a camisa verde, fez seu gol aos 76 minutos de partida, finalizando a goleada.
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Por Letícia Rizzo
1917
2016
1930
1933
1933
1952
1958
1982
1986
1993
2004

Máteria Esporte Espetacular, TV Globo.
Entrevista com o jornalista Mauro Beting.

Escalação da partida de 1917.

Time do Corinthians para a partida de 24 de agosto. Foto do jornal Folha de São Paulo, em 24 de agosto.

Romeu Pelliciari, conhecido como “príncipe” pela torcida, o maior goleador do Palmeiras em jogos contra o Corinthians.

Time palestrino de 1933.

Em uma entrevista informal com, o declaradamente palmeirense, Mauro Beting, ele conta um pouco da importância desse clássico e como este é um dos jogos do Palmeiras que ele mais gostaria de ter visto.


Nota que saiu sobre o jogo no jornal A Gazeta, de 1933.





Elenco de Corinthians (abaixo) e Palmeiras (acima) em 1986.

Depois de 17 anos sem títulos, o Palmeiras finalmente conquista um troféu. FOTO: Google.

Evair fez o gol da vitória do Palmeiras no Campeonato Paulista, que estava há 17 anos sem títulos. FOTO: Google.
Luiz Panhozzi, 58 anos, palmeirense. Como já é comum no futebol, ele é palmeirense desde sempre. Seu pai nasceu praticamente junto com o Palmeiras, o clube em 1914 e ele em 1920. Assim, a família Panhozzi já está em sua quarta geração palmeirense.
O primeiro jogo do Palmeiras que Luiz foi aconteceu em 1974, contra o Santos, no Pacaembu. De lá pra cá, ele não perdeu nenhuma partida. Nem nos piores momentos do Verdão. Nem nos 16 anos de jejum.
O Palmeiras permaneceu 16 anos sem ganhar títulos. Um jejum histórico até o dia 12 de junho de 1993. Campeonato Paulista, contra o Corinthians. Luiz era um dos 100 mil torcedores que assistiram a vitória no estádio do Morumbi.
#DERBY - E como foi o seu dia no jogo? Estava muito tenso, muito ansioso?
#LUIZPANHOZZI - 11h eu já estava na porta do estádio. Na sexta-feira eu tinha feito uma microcirurgia. E o médico recomendou pra eu não ir, e eu fui mesmo assim. O fanatismo falou mais alto. Fiquei quietinho. Não podia pular, mas eu fui.
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#DERBY - Foram 16 anos sem ganhar título. Como foi acompanhar o Palmeiras esse tempo todo?
#LUIZPANHOZZI - Um sofrimento. E a oportunidade de ganhar um título foi em 1986 contra o Internacional de Limeira, no Morumbi, e nós perdemos o jogo pro time do interior. Em 1978 Palmeiras e Guarani, também era pra sair do jejum no Campeonato Brasileiro, também perdemos pra um time do interior. Ai em 1993 foi uma glória porque nós ganhamos em cima do Corinthians.
#DERBY – No primeiro jogo da decisão, o Corinthians ganhou por 1 a 0. O Viola fez o gol e imitou um porco na comemoração. Como foi essa repercussão?
#LUIZPANHOZZI - Foi uma semana que todo mundo ficou engasgado, principalmente os jogadores. Quando eu cheguei no hotel onde estavam os jogadores não se falava outra coisa, entre a torcida não se falava outra coisa. Então era questão de honra ganhar do Corinthians. E foi o que aconteceu. Nós conseguimos ganhar, e todo mundo gritou porco na arquibancada, no campo. Foi lindo.
#DERBY - Durante a partida, como estava o desempenho dos times?
#LUIZPANHOZZI - O que motivou o Palmeiras, foi a imitação do porco, então os caras deram o sangue, tudo o que tinham. E a confiança era tão grande, tanto para os jogadores do Palmeiras, quanto comissão técnica, que no vestiário já estavam as camisas todas prontas pra eles vestirem depois do jogo, de campeão Paulista. Então foi um negócio que eles entraram pra ganhar. Não tinha outro resultado.
#DERBY - Sobre os gols, qual foi o melhor pra você?
#LUIZPANOZZI - O pênalti do Evair. Existe até uma música, na torcida uniformizada, que fala que “o Palmeiras ganhou o Paulista em cima dos gambás, 4 a 0 gol de Evair”, tem até uma musiquinha. Então o que selou foi o gol de pênalti do Evair, que selou e não tinha mais como perder.
#DERBY - E quem foi o melhor jogador da partida?
#LUIZPANHOZZI - Evair. Não teve igual. Evair, Edmundo. Na realidade, todo mundo jogou bola nesse dia. Não teve “o melhor”. Pra mim, como torcedor, o Evair. Mas não teve o melhor, porque todo mundo mexeu com o brilho dos jogadores, na imitação do porco.
#DERBY – Você acha que aquele foi o melhor time do Palmeiras?
#LUIZPANHOZZI - Eu vi Ademir da Guia, Dudu. Então a primeira academia de futebol foi a melhor. Essa foi a segunda academia do Palmeiras, mas são épocas diferentes. O Palmeiras teve um excelente time na década de 70 e era o único time que fazia confronto para o time do Pelé, que era o Santos. Mas depois da academia de 93, que foi a Parmalat, o time Parmalat não teve igual.
#DERBY - De lá pra cá como tem sido a trajetória do Palmeiras?
#LUIZPANHOZZI - Teve a era Parmalat que ganhou tudo. Teve o “ataque dos 100 gols”, coisa que nenhum time conseguiu numa temporada. E depois teve a decadência. Primeiro foi campeão da Libertadores em 99, foi vice-campeão da Libertadores em 2000, mas depois veio uma decadência que foi quando fomos rebaixados. E pra nós torcedores foi a pior coisa que aconteceu na vida. rebaixamentos que a gente não aceita mais.
Luiz Panhozzi com camisa autografada por todos os jogadores do time campeão de 1993.

Vágner Love comemora pelo Palmeiras, enquanto Oswaldo de Oliveira vê o Corinthians desabar.